Flamengo 1978 - Campeão Carioca

Última rodada do Segundo Turno do Campeonato Carioca. Com um público de 120.433 torcedores presentes no Maracanã, o Campeonato Carioca pode chegar ao seu final em caso de vitória do Flamengo diante do Vasco da Gama, que lidera com um ponto a mais e joga pelo empate para conquistar a Taça Rio de Janeiro. Com a conquista do Primeiro Turno (Taça Guanabara) o rubro-negro está mais próximo do título. De acordo com o regulamento, é declarado campeão automaticamente o clube que vencer os dois turnos.


Na preliminar, o Olaria enfrenta o Bonsucesso, mas as emoções da tarde de 3 de dezembro de 1978 só entram em campo para o Cássico dos Milhões. O vice no estadual no ano anterior é um fator a mais para motivar o clube da Gávea, disposto a dar o troco e conquistar o campeonato também com antecedência diante do time alvinegro, campeão da competição em 1977 após vencer os dois turnos.
Durante entrevista na véspera da partida, Coutinho destaca a tendência ofensiva da sua equipe citando a categoria de Carpegiani na cabeça de área, diferentemente da maioria das times, que utilizam nessa posição jogadores empenhados somente na marcação. O treinador tem uma dúvida para definir o time que começa a decisão.
O Mais Querido tem Zico e Adílio prontos para fustigar a zaga cruzmaltina, mas não tem Adão. Com estiramento muscular na coxa direita o centroavante fica de fora, o que compromete os planos do ataque rubro-negro. O garoto Cléber entra com a dura missão de substituir o artilheiro. Até então, Cláudio Adão tem 19 gols, mesma quantidade do Galinho e do concorrente Roberto Dinamite.

O jogo já passa dos 40 minutos do segundo tempo quando o resultado começa a se desenhar. O lateral-esquerdo Junior, com a  sua  já reconhecida categoria amortece a bola com a cabeça e passa mansamente para Manguito, o zagueiro estica o passe para a meia esquerda encontrando Tita, que rola para Junior no apoio ao ataque. O camisa 5 cruza sem maior perigo, mas o lateral-esquerdo Marco Antônio, por segurança, desvia para a linha de fundo. 
Zico tem pressa e corre para bater o escanteio pelo lado direito. O camisa 10 da Gávea faz levantamento para a grande área. Enquanto a bola viaja pelo alto Rondinelli se prepara para alçar voo. O beque dispara, se infiltra na defensiva vascaína e sobe mais do que todo mundo para cabecear com raça e coragem de centroavante. É gol do Flamengo.

O cabeceio fulminante do camisa 3, sua alegria contagiante em forma de cambalhota na comemoração, o mar de abraços e o oceano de gente vibrando de vermelho e preto no maior estádio do mundo formam o cenário perfeito para fazer emergir o Deus da Raça, um dos maiores símbolos de um Esquadrão que a partir dali passa a seguir ao pé da letra, como nunca na sua história, o seu próprio lema: Vencer, Vencer, Vencer... 

Defesa:
1.Cantarele; 2.Toninho, 3.Rondinelli, 4.Manguito e 5.Junior;

Meio-Campo:
6.Carpegiani, 8.Adílio e 10.Zico;

Ataque:
7.Marcinho, 9.Cléber (16.Eli Carlos) e 11.Tita (15.Alberto).

Técnico:

Cláudio Coutinho



Texto/Arte: Moisés Correia



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