BRASIL 1982 - O ESQUADRÃO DA ARTE

País em festa em plena segunda-feira ao meio-dia e quinze. O dia e horário são, à primeira vista, inusitados para tamanha euforia, mas o motivo para isso é mais do que justificável, a Seleção Brasileira está em campo para começar a disputar a partida decisiva da Segunda Fase da Copa do Mundo da Espanha. Depois dos 3x1 diante da Argentina, a classificação diante da Itália, que vale uma vaga na Semifinal, parece mais que provável.


Me lembro como se fosse hoje, aquele 5 de julho de 1982 é tristemente inesquecível para mim. Com apenas 11 anos, aprendi que até mesmo o maior Esquadrão que possa existir não é invencível. Os maiores timaços podem, sim, derrapar fatalmente quando menos se espera, entrando para a história, só que tragicamente, da forma como ocorreu no Estádio Sarriá naquele ensolarado verão na cidade de Barcelona.

Iluminada pelo bom futebol, a Copa da Espanha tecnicamente foi uma das melhores de todos os tempos. Vale lembrar que havia a França com Michel Platini, a Argentina com Diego Maradona, a Polônia com Zbigniew Boniek, a Alemanha Ocidental com Karl-Heinz Rummenigge, a União Soviética com Oleg Blokhin, Camarões com Roger Milla e tantos outros grandes esquadrões e tantos outros grandes craques.

Com a Squadra Azzurra não há quem possa

Ah, claro, havia a Itália com Paolo Rossi, que se até a primeira fase mal conseguia marcar gols e muito menos sair de campo vitoriosa, nos momentos decisivos mostrou-se a mais eficiente equipe daquele mundial com seu pragmatismo tático forjado no oportunismo do seu camisa 20. Somente muitos anos depois me dei conta de que fui um "mau perdedor", e que a Squadra Azurra possuía muitas qualidades. Havia o entrosamento da Copa de 1978 na Argentina, havia aplicação e categoria dos seus atletas, havia Dino Zoff, Gaetano Scirea, Bruno Conti...

Esquadrão da Arte

Mas havia antes de tudo uma Seleção Canarinho brilhante, com Zico, Sócrates e Falcão, artistas diferenciados, cada um com seu toque de classe, com seu refinamento, mesmo diante da tragédia iminente anunciada em três placares adversos ao longo daquela partida contra os italianos, 0x1, 1x2 e finalmente 2x3 e a eliminação. Ao Brasil não faltou amor à arte, o futebol sublimado daquela equipe é o fruto. Não por acaso, quarenta anos depois da dolorida derrota, ainda valem a pena essas mal traçadas linhas para descrever esse eterno Esquadrão.

Defesa 1.Waldir Peres (São Paulo)

2.Leandro (Flamengo)

3.Oscar (São Paulo)

4.Luizinho (Atlético Mineiro)

6.Júnior (Flamengo)

Meio-Campo:

5.Toninho Cerezo (Atlético Mineiro)

15.Falcão (Roma/ITA) 8.Sócrates (Corinthians)

10.Zico (Flamengo) Ataque:

9.Serginho (Atlético Mineiro)

11.Éder (Atlético Mineiro)

Técnico: Telê Santana



Texto e Arte: Moisés Correia

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